Agências de publicidade deveriam fazer aulas em vendas.
Todas.
Quem trabalha em agência deveria, ao menos uma vez, vender rifa.
Já tentou vender rifas a desconhecidos?
Pois é o que toda agência se propõe: pegar a rifa de uma pessoa e vender a outra.
E todas se dizem expert em entender o consumidor, envolver o cliente do cliente, vender.
São afirmações fáceis de contestar, mas quem paga a conta pode não saber.
Imagine a situação:
Você é uma pessoa comunicativa e, por isso, alguém lhe convida a vender rifas.
Em vez de comissão sobre vendas, você receberá pelo trabalho.
Cada rifa custa 10 reais e o prêmio será a arte de um artista local.
Então você sai às ruas contando piadas, pois é um jeito fácil de envolver pessoas.
Entre rejeições e acertos, nota que certo grupo gosta muito das suas piadas.
Mesmo sem interesse algum em arte, elas lhe dão atenção.
Você não está conseguindo vender rifas, mas está rodeado de pessoas e faz questão de mostrar isso a quem te contratou.
Quem detém as rifas acha estranho não ver resultados.
Você tem bastante envolvimento, mas não faz diferença alguma nas vendas das rifas.
Seus serviços são cancelados, quem contratou não entende o que aconteceu e a história se repete.
É o erro mais comum da publicidade, intensificado com o marketing digital.
A eficiência em falar com pessoas, qualquer uma, sobrepõe a eficácia de:
- com quem falar
- quando
- por quê
Pense bem, o que vale mais:
a) Falar com muita gente e não influenciar nas vendas ou fluxo de pessoas de um comércio
b) Falar com as pessoas certas e ajudar a vender mais, levar mais pessoas ao estabelecimento, aumentar a procura por orçamentos
O êxito da segunda opção não está atrelado a falar com muitas pessoas, mas falar com as pessoas certas.
Lembrando que:
Eficácia é saber o que fazer.
Eficiência é fazer direito o que se tem a fazer.
Nos negócios, sucesso é lucro. E lucro se tem com venda.
Afinal, envolvimento não é venda.
Mas venda pode ser envolvimento.