Um rapaz, de aproximadamente uns 17 anos, anda em alta velocidade pela ciclovia. Visivelmente nervoso, seu olhar fica revezando entre o relógio, em seu pulso esquerdo, e a direção que está seguindo. “Vou me atrasar para aula, de novo. Não posso… Não posso reprovar…” pensa o garoto. Ele acelera o ritmo. Fica em pé e pedala, esquiva do pedestre, olha para o relógio, sente o suor da testa, pedala mais rápido, olha para o relógio de novo, volta para o caminho, sinal vermelho.
Assustado, ele tenta frear, mas está rápido demais. O pneu desliza pela ciclovia. O garoto perdeu o controle. Desequilibra e cai. Ao acordar, sua cabeça está a centímetros da rua, uma das mais movimentadas da cidade. Várias pessoas estão ao seu redor, elas querem ajudá-lo. “Foi… só… um susto” pensou.
Um dia que poderia ter acabado mais cedo, por causa da pressa, ganha mais uma oportunidade de nascer. Ele se levanta, pega sua bicicleta e vai embora.
Mas e a aula? Foi vaga. O professor teve um imprevisto e não pode ir.
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Quer prender a atenção de alguém? Conte uma história.
Como elas são ferramentas poderosas, não é mesmo? Fazem a nossa imaginação voar, nos conectam a personagens que jamais vimos e, quando percebemos, fomos fisgados.
Acreditamos que a melhor maneira de se começar uma matéria sobre Storytelling é com uma narrativa. E é sobre isso que falaremos na publicação de hoje.
Quer saber como ele pode te ajudar na sua comunicação? Então continue lendo.
O que é Storytelling?

Todos nós, sem exceção, gostamos de histórias. Elas são um dos pilares mais fortes da nossa sociedade e estão fortemente presentes em nosso dia a dia.
Hoje, esta ferramenta tão poderosa é constantemente chamada por outro nome na indústria de comunicação e entretenimento: Storytelling.
O Storytelling nada mais é do que a habilidade, a arte, de contar boas histórias. Bem estruturadas, com narrativas envolventes, vocabulário direcionado, personagens representativos, palpáveis ou não à realidade do receptor.
Histórias que mexam com os sentimentos das pessoas. Vemos isso diariamente em filmes, livros, séries de TV e, claro, na publicidade. Um recurso tão poderoso quanto esse pode ajudar, e muito, a atingir seu público-alvo.
E é sobre isso que falaremos agora.
Envolva seu cliente

Usar o storytelling para chegar até o seu cliente pode ser algo muito vantajoso para o negócio. Por isso, este método é tão usado por empresas mundo afora. Através dele, elas criam laços, constroem sua identidade e começam a fazer parte da vida do consumidor.
Normalmente, nossos ouvidos se fecham para comerciais em geral. Ao ouvir qualquer coisa parecida com “cansado do seu aspirador de pó? Conheça o aspira 3000” eles são lacrados e chaveados por dentro.
Mas ao escutar uma boa narrativa, o oposto acontece. As orelhas se abrem, estendem o tapete de “bem-vindo” e te convidam para um café. Tudo porque somos curiosos por natureza.
O storytelling, quando bem utilizado, é uma ferramenta muito eficiente de persuasão. Isso acontece porque, ao sermos pegos por uma história, nos envolvermos com seus personagens e nos identificarmos com seu enredo, gatilhos mentais são ativados, influenciando nossos pensamentos e decisões.
E aqui, caro leitor, chegamos ao principal objetivo desta técnica: converter a conexão que foi gerada em decisão de compra.
Ao criarmos sentimento para o que a empresa faz e darmos um propósito maior para ela – que não seja vender, claro – nasce a empatia, a interação, a igualdade com seu consumidor final. Características fundamentais para que uma sólida ponte entre público e negócio possa ser erguida.
Depois disso, o caminho fica livre para que, de maneira automática, a conversão em venda aconteça.
Porém, não é tão fácil quanto parece. Para chegar até o seu target por meio de uma história, você vai precisar:
- Conhecer muito bem a sua persona;
- Ter um propósito maior do que vender;
- Cumprir as promessas feitas;
- Mostrar preocupação e empatia com atitudes;
- Etc.
E algumas empresas fazem isso com maestria.
Propaganda que não parece propaganda

Com a evolução dos meios, criamos novas maneiras de contar e disseminar histórias. Da pedra às redes sociais. Nossos feeds estão repletos delas, mas sempre existe uma ou outra que se destacam.
VIVO: usar grandes personalidades da música brasileira, como Renato Russo, Raul Seixas e Cazuza, para recontar suas histórias mais icônicas é uma maneira mais do que eficiente de prender a atenção do público. Eduardo e Mônica, Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás e Exagerado foram regravadas, com uma nova narrativa, conquistando corações, tanto dos fãs quanto dos jovens.
Guaraná Antarctica: de 2011 até 2016, a marca de refrigerantes manteve uma web-série no ar, com 10 episódios no total, chamada “Os Caçadores de Energia“. Passando por diversos estados do Brasil, um jovem tenta convencer sua amiga a não se mudar do país. Vale a pena conferir.
Nike: para a Copa do Mundo de 2014, que aconteceu no Brasil, a Nike lançou uma incrível animação onde os melhores jogadores do mundo são trocados por clones. Chamada de “O Último Jogo” a história nos mostra a luta dos craques pelo futebol humano, bonito, menos robótico e pragmático.
Exemplos não vão faltar. Muito menos motivos para integrar esta ferramenta ao seu plano de comunicação.
Seus clientes querem histórias interessantes

Contar uma história, fazer do storytelling uma constante em sua comunicação pode te ajudar a se conectar com o consumidor. Entenda seus desejos, conheça suas necessidades, saiba dos seus costumes e deixe com que ele se identifique com seus propósitos.
Criar emoções, desejos, ganhar o coração e a mente do seu target vai te ajudar a alavancar seus resultados. E a melhor parte é que ele está esperando por isso. Assim como você gosta de entretenimento, ele também está procurado por isso.
Por que não encontrá-lo em seu produto, ou serviço?
Conte uma história. Uma não, várias. Mostre até onde vai a personalidade da sua empresa e seus ideais. Com certeza, alguém vai querer ouví-la.
E no meio destes inúmeros “alguéns”, está o seu cliente.