“A mídia tradicional está morta”.
Quantas vezes nos deparamos com este discurso de que os grandes e tradicionais meios de comunicação morreram? Sim, muitas. Porém, ele deve ser tão velho quanto a própria mídia.
Início do anos 2000. O “boom” da internet e o acesso à web decretavam, por meio da opinião pública, o fim de jornais, rádios e redes de televisão. Pulamos para 2019 e cá estamos nós, vivenciando uma revolução televisiva e a mudança de como consumimos esse tipo de conteúdo.
Sempre quando uma nova forma de mídia surge, o pessimismo quer matar a vigente. Foi assim com o rádio, a televisão e, como vimos acima, a internet. Mas na verdade, o que acontece é uma transformação.
E a TV, em especial, tem se atualizado e mantido seu reinado nesta guerra de informação. Vamos deixar os números falarem por nós.
LEIA TAMBÉM
Live Marketing: a comunicação acontece ao vivo
Marketing de Guerrilha: o campo de batalha da criatividade
Como envolver seu público? Conte uma história
Como o público busca se informar?
Segundo uma pesquisa realizada em 2016 pela Secom, Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a televisão “ainda” é o principal meio de comunicação que as pessoas buscam para se informar.
Os dados mostram a TV em primeiro lugar, com 63% do mercado. Em sequência vem a Internet, com 26%, seguida do rádio, 7%, e jornal, 3%. A tendência é que a web cresça cada vez mais – de 2014 a 2016 ela subiu 13% – mas por enquanto, o público prefere a boa e velha televisão.
E sabe onde as marcas investem? Onde o seu público está.
Onde as marcas estão investindo?
Só no primeiro semestre de 2019, foram 21 milhões de inserções. Um aumento significativo ao mesmo período em 2018, com uma variável de 7%. Deste montante, a TV aberta concentrou 71% dos valores destinados à compra de espaço publicitário.
Todos os outros ficaram com o que sobrou, ou seja, 29%. A vice liderança é da internet, que incluindo vídeos de desktops e displays disponíveis em dispositivos móveis, com 10%.
Mas não é porque as redes de televisão estão reinando sozinhas que o seu trono está seguro. Ao que tudo indica, em breve ela terá que dividir sua coroa.
Isso porque dentre todas os meios de comunicação, o digital é o que apresenta o maior crescimento, com 75% de variação positiva.
“Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2016, apenas 54% dos domicílios estão conectados à internet”
A televisão está na frente, embora consiga ver a web se aproximando em seu retrovisor. Mas essa corrida fica muito mais interessante quando os meios trabalham juntos.
Afinal, o único que deve ficar em primeiro lugar é o consumidor.
O consumo das duas telas enriquece o entretenimento
Hoje, grandes eventos e programas acontecem tanto no digital quanto na mídia tradicional. A Copa do Mundo da Rússia, por exemplo, foi uma para quem acompanhou apenas pela TV e outra para os que consumiram a competição também pelas redes sociais.
Lá, memes foram criados como o “sou lindo” com Cristiano Ronaldo e seu filho, conhecemos o russo “torcedor misterioso” e, claro, presenciamos o nascimento do “Canarinho Pistola”. Isso sem falar no destaque especial para o sorriso do jogador brasileiro Roberto Firmino.
Podemos ver que as mídias não precisaram brigar entre si, mas uma enriqueceu o entretenimento da outra. E isso foi um pequeno exemplo. Todos os dias, programas de televisão têm seus temas estendidos para diversos outros espaços.
O público consome em um lugar e discute em outro. Uma cooperação entre os meios acontece. E para tirar o melhor proveito disso, um bom direcionamento estratégico precisa trabalhar este aspecto de maneira eficiente.
Nem só de digital vivem os apps
Quer coisa mais digital do que os apps? Os programas, que nasceram na internet, são símbolos deste novo mundo conectado. E é claro que muitos deles fazem seus anúncios fora do ambiente online.
O iFood, por exemplo, está constantemente anunciando em espaços televisivos – e em outras mídias tradicionais – seja na programação ou nos intervalos comerciais. Outro app que não sai da tela é a OLX, divulgando sua enorme rede de compradores e vendedores.
E estes são só alguns exemplos de que até mesmos as empresas com o DNA inteiramente formado pelo digital, sabem da força e importância da televisão.
Um precisa do outro para crescer.
Mídia Tradicional + mídia digital: a soma que fortalece o seu negócio
Não existe mídia certa ou errada, mas sim aquela onde o seu público está. Todos os formatos são importantes para que o seu negócio possa falar com o target e estabelecer uma comunicação. Cabe a você, junto de sua agência, elaborar um planejamento estratégico para usar os diversos formatos ao seu favor.
Os objetivos ainda são os mesmos: chegar ao consumidor. Só que agora temos mais opções, o que permite às marcas estarem sempre presentes na rotina do seu cliente, e não ficarem limitadas a um único meio.
Não escolha por um ou outro. Faça uma análise cuidadosa do seu cenário, identifique sua necessidade e faça uso de todos que puder para alavancar sua empresa.
Lembre-se de ouvir os números. Enquanto as palavras dizem “a TV está morrendo” os números dizem “estamos a todo vapor”.
Assim, fica mais fácil saber em quem acreditar.
A mídia tradicional está viva. E forte.